Groupe Seb, expansão do varejo a partir do coração da empresa

“Não é possível termos clientes felizes e leais se não tivermos empregados felizes e leais”

O responsável do varejo do Groupe Seb Polônia, Karol Turek, analisa a estratégia da empresa e seus planos de expansão

Pode ser que em sua casa você tenha um aspirador da marca Rowenta, uma batedeira Moulinex ou uma frigideira de Tefal. É detrás de todas estas marcas onde encontramos o Groupe Seb, o fabricante francês de projeção internacional de pequenos eletrodomésticos, produtos de cozinha para a casa e para marcas profissionais.

O Groupe Seb está presente em mais de 150 países, onde já atuam 33.000 empregados. Atualmente, tem o domínio de 31 marcas diferentes entre as quais se encontram as mencionadas anteriormente: Tefal, Rowenta, Moulinex ou outras como Krups e Supor. Há 15 anos começou a apostar no varejo com suas próprias lojas, superando as 1.300 na atualidade.

Uma das divisões com maior desejo de expandir suas lojas físicas é a Polônia. Aqui, Karol Turek lidera 24 lojas como Chefe do Varejo, além de ter três novos projetos. Apesar do auge do negócio online, o Turek é um grande defensor da inovação nos pontos de venda e prevê que graças a ela terminará o ano de 2021 com mais de 30 lojas no país.

Quem é Karol Turek e que papel desempenha no Groupe Seb?

Sou o Chefe do Varejo das lojas na Polônia e Ucrânia, e talvez no futuro nos países Bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia. A minha maior responsabilidade é proporcionar um bom lugar de trabalho para meus empregados. A segunda coisa mais importante é desenvolver o negócio: novas lojas e novos modelos de crescimento.

Quando você entrou na empresa?

Trabalho na empresa faz 10 anos. É um bom lugar para trabalhar e não penso mudar. É um prazer trabalhar com boas pessoas e é por isso que despois de 10 anos continuo aqui.

No total, tenho mais de 20 anos de experiência no varejo. Desde o início me dediquei a isso. Antes, eu era gerente regional de lojas de moda como a Esprit na Polônia. Além disso, gerente de operações de marcas como River Island ou Hugo Boss. Minha empresa anterior era uma empresa de master franquia. Atuávamos internacionalmente com diferentes marcas. Comecei como gerente de loja, gerente regional, gerente de operações e há 10 anos ingressei no Groupe Seb. Tudo varejo.

O Groupe Seb na Polônia já tem 24 lojas, há algum plano de expansão?

Meu sonho e objetivo é ter pelo menos 50 lojas Tefal na Polônia e ter essas lojas mais ou menos funcionando como Apple Stores. Não somos apenas um lugar onde você pode comprar produtos, mas também um lugar onde oferecemos uma experiência de compra muito positiva. Ajudamos o cliente se ele tiver algum problema.

E com que objetivo?

O motivo do nosso crescimento é que a empresa deseja desenvolver-se digitalmente para clientes on-line e off-line. Queremos criar um ambiente onicanal para o nosso negócio. Acreditamos que a pandemia é uma boa situação para analisar que a venda online cobre alguns pontos, mas no final nossos clientes estão em toda parte e temos que estar lá, proporcionando de qualquer forma a melhor experiência ao cliente.

Nossos clientes estão em toda parte e temos que estar lá, proporcionando de qualquer forma a melhor experiência ao cliente

Karol Turek, Chefe do Varejo das lojas na Groupe Seb Polônia

O que os diferencia da competência?

Por um lado, não existem fabricantes na Polônia que tenham os seus próprios pontos de venda ao varejo. Nós somos os únicos. Você não consegue encontrar lojas Philips, Bosh … Eles têm alguns fornecedores, mas não é o mesmo modelo de negócio.

Por outro lado, e isto é algo que aplica a todos os países, que temos dois ramos de negócio. O primeiro é um negócio de utensílios de cozinha e o segundo é um negócio I+D+I. Desde o ponto de vista varejista é importante porque em nossas lojas a pessoa pode encontrar tudo o que necessita para a sua casa: desde frigideiras e utensílios de cozinha, até os produtos eletrônicos mais inovadores … Isto dá ao empregado uma grande oportunidade de proporcionar uma experiência de compra completa para equipar e estar presente no dia a dia do cliente.

Há anos decidi abrir uma pequena loja num dos centros comerciais da Polônia com acessórios de cozinha somente … Achei que seria interessante para o cliente e foi uma grande lição para mim. Infelizmente, a loja faliu porque uma das coisas que os clientes procuram é ter uma grande oferta. A diferença em relação aos nossos concorrentes é que podemos encontrar muito mais.

Qual é a importância da divisão polonesa dentro da empresa?

A imagem do varejo mundial representa entre 7% e 10% das vendas totais. Na Polônia, vendemos cerca de 20% nos pontos de venda. Somos o terceiro país, depois do Japão e da Turquia, com o maior negócio in-store. Se nos compararmos com outros países como França ou Alemanha, é o mais baixo, mas em relação ao tamanho do país, somos o terceiro.

Por outro lado, falando em tamanho e desempenho dentro do Groupe Seb, a Polônia é um país muito moderno. Temos novas soluções, por exemplo a nossa cooperação com a ORQUEST. Ninguém começou algo assim antes. Normalmente somos o primeiro país a testar novas ideias e modelos de negócios. No passado tivemos muitas experiências, nem todas foram boas, mas posso dizer que a Polônia é uma incubadora de novas ideias. E muitos países seguem nossas ideias.

Quais são os principais desafios que enfrenta o Groupe Seb?

Para começar, nossa empresa não está focada no varejo. Portanto, do ponto de vista tecnológico, se você nos comparar com o varejo pure player, não temos um sistema focado em apoiar essa trajetória de negócios. Por outro lado, e ligado ao anterior, nosso sistema de operações diárias está em pleno processo de transformação, após 10 anos estamos vendo os resultados.

Do ponto de vista empresarial, o maior desafio que temos é saber atrair clientes para as nossas lojas num momento em que o on-line continua a crescer.

Se houver lojas fechadas, obviamente não há vendas, extras, etc. E temos que garantir que eles tenham o que precisam sem isso. Nosso pessoal é o mais importante

Karol Turek, Chefe do Varejo das lojas na Groupe Seb Polônia

Como a pandemia afetou o negócio?

Estamos isolados desde 25 de abril. Algumas de nossas lojas estão fechadas. Apenas 4 estão abertas. Continuamos tendo despesas, mas nossos benefícios são baixos. É um grande desafio e temos que ter certeza de que estamos fazendo tudo o que podemos para, pelo menos, apoiar nossos empregados. Se houver lojas fechadas, obviamente não há vendas, extras, etc. E temos que garantir que eles tenham o que precisam sem isso. Nosso pessoal é o mais importante.

Olhando pelo lado positivo, a pandemia também trouxe novas possibilidades de desenvolvimento on-line, e é mais fácil para nós negociarmos melhores taxas de aluguel, novas instalações para nossas lojas … Portanto, quero aproveitar este momento para encontrar os melhores espaços para abrir as nossas lojas com as melhores condições possíveis.

Quais metas vocês gostariam de alcançar no futuro?

Nosso principal objetivo é ter um NPS (Net Promoter Score) 100. No ano passado, fizemos uma pesquisa com nossos clientes e descobrimos que o nível é muito alto. Queremos estabelecer esse patamar em todas as lojas e ir mais longe. Pois, não é possível termos clientes felizes e leais se não tivermos funcionários felizes e leais.

É por isso que estou tão orgulhoso, pois há poucos dias chegou o resultado de uma pesquisa interna de motivação que posiciona meu departamento entre as 20 empresas mais bem avaliadas no âmbito do trabalho. Esse era um dos meus objetivos há 10 anos, quando entrei, e nós o alcançamos. E isso é absolutamente positivo para a experiência do cliente.

E no nível empresarial?

Nossa missão é melhorar constantemente. Eu acho que o desenvolvimento do nosso negócio na Polônia tem 3 coisas importantes. Um é o crescimento orgânico: o que fazer para aumentar o tráfego, a taxa de conversão e o ticket médio. O segundo são as novas lojas. E o terceiro, os novos modelos de negócios. Para nós, o nosso dia a dia consiste em encontrar a máxima eficácia.

Como você acha que o varejo vai evoluir nos próximos anos?

Já estamos presenciando uma transformação digital no setor desde que começou a pandemia que será muito importante para as empresas. Pensando no futuro, precisamos estar nessa transformação. Do contrário, em alguns anos o negócio começará a declinar.

No próprio setor na Polônia, as principais empresas estão investindo muito dinheiro em tecnologia, em novas soluções. Alguns deles iniciaram esse processo há 3 anos e agora estão se beneficiando. Além disso, o atendimento pessoa a pessoa é algo que todas as empresas deveriam ter no futuro.

O Groupe Seb está preparado para se adaptar a qualquer mudança?

Sim, com certeza! O Groupe Seb Polônia está se preparando para o futuro, e essa é uma das razões pelas quais estou aqui há 10 anos.